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2012-11-02

A valorização do mundo não humano: um estudo comparativo de currículos


A valorização do mundo não humano: um estudo comparativo de currículos

Referência
 
Figueiredo, O., Almeida, P., Baptista, M., & Galvão, C. (2012). A valorização do mundo não humano: um estudo comparativo de currículos. In Atas do VII Seminário Ibérico/III Seminário Ibero-americano CTS no ensino das Ciências: “Ciência, Tecnologia e Sociedade no futuro do ensino das ciências” - Madrid (Espanha) de 28 a 30 de setembro de 2012. Retirado de: http://www.oei.es/seminarioctsm/PDF_automatico/A8textocompleto.pdf.

2012-09-17

Escola para raparigas no Paquistão

Em Janeiro de 2009 os talibãs fecharam todas as escolas para raparigas em Swat, no Paquistão. Eles acreditam que educar raparigas irá ameaçar os seus objetivos. És capaz de nos ajudar a provar que eles têm razão?


2012-09-02

Green washing, por Tryo.

Os Tryo são uma banda musical francesa que toca num registo reggea unplugged com 14 anos de carreira. Os Tryo lançaram recentemente o seu sétimo CD "Ladilafé". Uma das faixas chama-se Green Washing. Deixo aqui o vídeo e a letra.


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On veut du green green green green green green washing
On veut des tours d’avion, des airbus, du diesel
Des mandarines toutes les saisons, des grands voyages dans le ciel
Du high tech à la maison, de la nouvelle technologie
On veut pouvoir dire pardon et soulager son esprit

On veut d’la viande d’Argentine, d’la bidoche à tous les repas
De la world food dans la cuisine, on veut du sucre, on veut du gras
On veut moins cher, on veut meilleur, on veut toujours un peu d’ailleurs
On veut la mer, on veut l’été même en hiver on veut bronzeræ


Refrain
 

On veut du green green green green green green washing
C’est nous les as, les pinocchios du marketing
On veut du green green green green green green washing

On cache les galets sous le sable, on veut des plages de sable blanc
Du réseau pour nos portables, on voudrait quatre barres tout le temps
Des orgies raisonnables, des grands échangeurs de béton
Et des amis toujours joignables, on veut des baleines et du thon


Refrain

On veut de l’eau toujours qui coule et des rides un peu moins creusées
On veut de la jeunesse en poudre et puis de la neige en été
Des grands buildings sous le soleil, des monuments pharaoniques
On veut partout partout pareil, de la wifi, du numérique

On veut du green green green green green green washing
C’est nous les as, les pinocchios du marketing
On veut du green green green green green green washing
On veut du green green green green green green washing

On veut des lessives sans phosphates, des shampoings tout organiques
Et des forêts pour nos 4x4, du charbon dans nos cosmétiques
Des slogans abusifs, plus blanc que blanc, plus vert que vert
Mascarade écologique pendant qu’on s’shoote au nucléaire

On veut du green green green green green green washing
On veut du green green green green green green washing
On veut pouvoir dire pardon et soulager son esprit
On veut du green green green green green green washing
On veut la mer, on veut l’été même en hiver on veut bronzer
On veut du green green green green green green washing
On veut des baleines et du thon
On veut du green green green green green green washing
C’est nous les as
On veut du green green green green green green washing


2012-08-31

Pam Warhurst: Paisagens comestíveis

O que deve fazer uma comunidade com a terra que não está a ser utilizada? Plantar alimentos, é claro. Com energia e humor, Pam Warhurst conta-nos, no TEDSalon, a história de como ela e uma equipe crescente de voluntários se uniram para transformar lotes de terra não utilizada em hortas comunitárias acabando por mudar a narrativa de alimentos da sua comunidade.


Pam Warhurst é o Presidente do Direção da Comissão Florestal, que aconselha sobre e implementa política florestal na Grã-Bretanha. PAM é, também, cofundadora da Incredible Edible Todmorden, uma parceria local de produção de alimentos vegetais que incentiva a participação da comunidade através de crescimento local. Incredible Edible começou, com um pequeno plantio de algumas herbáceas nos jardins de Todmorden, e hoje tem spin-offs nos EUA e no Japão. A Incredible Edible Todmordenàs pessoas comuns o poder para assumir o controle de suas comunidades por meio do engajamento cívico e activo.

2012-08-24

Vandana Shiva - O TEMPO E O MODO (RTP 2)


A reflexão de Vandna Shiva sublinha para as profundas implicações que o sistema capitalista patriarcal tem na promoção e manutenção das desigualdades sociais, com consequências dramáticas, como a fome ou as alterações climáticas, que, para Shiva, são sintomas de implosão de uma civilização que falha material e espiritualmente. A nossa civilização, para sobreviver, terá de rever o seu modelo de compreensão e de interação com o mundo, tendo como exemplo o conhecimento holístico das civilizações chinesa e indiana, que, para Shiva, sobreviveram à História essencialmente porque diferem do Ocidente na relação que estabeleceram com a natureza."

2012-08-16

La Educación Prohibida (legendado em pt_BR)

La Educación Prohibida é um documentário, produzido por diversos países latino-americanos, que questiona o a forma como os sistemas de ensino tradicionais estão organizados e como alunos e professores se vêem nele. Na tradição das pedagogias emancipatórias de Paulo Freire e das ecopedagogias críticas, La Educación Prohibida questiona, a partir do interior da escola, a legitimidade de sociedades democráticas manterem sistemas educativos reprodutivos que, nas palavras de um dos entrevistados, não pretendem formar cidadaos, mas antes súbditos obedientes do Estado. São 2h 25m e 19s de um excelente documentário a não perder por pais, alunos e (sobretudo) professores.



Porque a melhor forma de proteger a cultura é partilhando-a, o filme é distribuído com uma licença Creative Commons 3.0 e, como se pode ler no início, é permitida e promovida a reprodução total ou parcial, cópia, modificação, tradução, dobragem e/ou redistribuição e exibição pública deste trabalho para fins não lucrativos.

Um filme sobre a educação centrada no amor, no respeito, na liberdade e na aprendizagem.
Imagina que és o protagonista da tua educação.

twitter: edprohibida

2012-08-07

Se todos vivermos bem, todos estaremos bem (Satish Kumar)

Satish Kumar
Satish Kumar é o editor chefe da revista Resurgence - http://www.resurgence.org - e em cada número pública um pequena crónica. O texto que apresentamos de seguida é uma tradução do artigo do n.º 237 — Julho/Agosto 2006.

Não só o mundo da política e dos negócios, mas também muitos dos movimentos ambientalistas são motivados pelo medo. “Devemos cuidar do nosso planeta senão!...” Temos de reduzir as emissões de carbono, senão o aquecimento global ditará o fim da civilização.” Temos de usar menos petróleo senão ficaremos sem reservas.” Estes são os medos que estão por detrás de muito do pensamento ambientalista. Muitos dos livros publicados nos últimos meses suportam-se na premissa de que o fim do mundo é inevitável a menos que mudemos os nossos hábitos.
O medo parece ditar as nossas vidas, as nossas políticas e o nosso mundo. O medo do terrorismo, o medo da morte, o medo do envelhecimento, da solidão, da doença, de sermos atacados e violados: medo, medo, medo.
Devido ao medo construímos armas nucleares e depois, para nos protegermos das armas nucleares que construímos, construímos bunkers. Devido ao medo da escassez buscamos o crescimento económico; o crescimento económico provoca o aquecimento global; para nos salvarmos do aquecimento global queremos cobrir a Terra de aerogeradores ou centrais termonucleares que reduzem área de terra disponível para o cultivo, o que causa a escassez… O kármico ciclo vicioso do medo repete-se até à exaustão.
Como afirmou Albert Einstein, não se pode resolver um problema com a mesma disposição mental que, primeiramente, o originou.
O medo é a causa dos problemas ambientais, que não podem ser resolvidos por temor de uma catástrofe global.
No passado costumávamos dizer, “Porta-te bem, senão vais para o inferno.” Nos nossos dias dizemos, “Sê amigo do ambiente, ou a civilização sucumbirá.” O medo é uma má razão para nos tornarmos em bons ambientalistas. Existem melhores razões para nos preocuparmos com a Terra. Viver em harmonia com a Terra é bom por si mesmo. Estilos de vida sustentáveis, frugais e compassivos são justos para todos os seres – humanos e não-humanos. Uma cultura de não-violencia que respeite e mostre reverência perante a vida, tem de fazer parte das nossas estruturas psicológicas. Mesmo se o aquecimento global não fosse uma realidade premente e as reservas de petróleo não se estivessem a esgotar, não deveríamos destruir a vida porque esta é sagrada. E, através da gratidão à vida, deixamo-nos encantar, inspirar e ser felizes. Cuidar da comunidade Terrestre, que inclui a comunidade humana, é uma questão de gosto e alegria, e não uma questão compulsiva. Ecologia ou ambientalismo é uma forma de vida, não uma gestão de crise. As questões do aquecimento global, população, agricultura orgânica e terrorismo internacional são assuntos que necessitam de ser enfrentados e compreendidos no contexto do valor intrínseco dos estilos de vida ecológicos, e não como respostas a histórias assustadoras.


Créditos
Foto: Love and Liberty, por Miki Yamanouchi (Flickr).

2012-07-23

John Hardy: O meu sonho de uma escola ecológica

Junta-te a John Hardy numa visita guiada à escola ecológica, a sua inovadora escola em Bali que ensina criancas como construir, plantar, criar (e entrar na Universidade). O ponto central da escola é o Coração da Escola em forma de uma espiral, talvez um dos maiores prédios do mundo feito de bambo sem suporte.


Depois de vender a sua companhia de joias em 2007, John Hardy e a sua mulher Cynthia, enveredaram num projeto incrível: a Escola Verde no Bali. Na Escola Verde, as crianças aprendem em salas abertas cercadas por acres de jardins que eles mesmos cuidam e entretanto estão a ser preparados para os tradicionais exames escolares britânicos.
A escola é internacional — 20% dos alunos são do Bali, e alguns com direito a bolsa de estudos. A peça central do campo é o edifício espiralado apelidado de Coração da Escola, que é o maior edifício de bambu em toda a Ásia.
Há muito que Hardy defende o uso de bambu como alternativa à madeira para a construção e reflorestação.

2012-07-16

2.as sem carne (melhora para o ambiente, saúde e animais)

(Clique para aumentar)
A Campanha 2.as Sem Carne é um movimento internacional, nascido em 2003 nos Estados Unidos e que visa contribuir para a tomada de consciência por parte de todos para o impacto que o consumo excessivo de carne tem sobre a saúde humana, o ambiente e os animais.
Hoje, esta campanha já está representada em cerca de 24 países e conta com o apoio de inúmeras figuras públicas, como Sir Paul McCartney, e de líderes internacionais dos mais variados quadrantes.

2012-07-13

Terráqueos — Earthlings

EARTHLINGS é o mais poderoso e informativo documentário sobre o trágico e imperdoável uso de animais não humanos. Narrado por Joaquin Phoenix e com banda sonora de Moby o filme foi realizado por Shaun Monson, este documentário da Nação Terra foi vencedor de diversos prémios e é obrigatório para uqalquer pessoa que se preocupe com os animais não humanos ou deseje tornar o mundo num local melhor para todos.
Para legendas em pt_PT coloque o cursor sobre o filme e clique no botão vermelho com as letras [CC].


2012-07-11

Comportamento moral em animais

Empatia, cooperação, justiça e recirpocidade — preocupar-se com o bem-estar dos outros parece uma característica muito humana; contudo, Frans de Wall partilha connosco alguns vídeos surpreendentes de testes comportamentais em primatas e outros mamíferos que evidenciam que muitas destas características morais são partilhadas com animais não humanos.



Dr. Frans BM de Waal um biólogo e primatólogo conhecido por seu trabalho sobre o comportamento e inteligência social dos primatas. O seu primeiro livro, Chimpazee Politics (1982), comparou a conversas  informais e as maquinações dos chimpanzés envolvidos em lutas de poder com a de políticos humanos. Desde então, de Waal traçou paralelismos entre o comportamento dos primatas não humanos e dos primatas humanos, como o estabelecimento de tréguas  e a moralidade até à cultura. Seu trabalho científico foi publicado em centenas de artigos técnicos em revistas como Science, Nature, Scientific American, e os outras publicações especializadas em comportamento animal. Os seus conhecidos livros — traduzidos para quinze línguas — fizeram dele um dos primatólogos mais relevantes do mundo. Os seus dois últimos livros são nosso Our Inner Ape (2005, Riverhead) e The Age of Empathy (2009, Harmony).


2012-06-29

Século XXI: Que educação? Que escola?

Green School,Bali Indonésia(clica para aumentar)
Texto (adaptado) que publiquei na revista Água e Cultura (Jan.2007)
A ciência moderna impregnou-se nos sistemas de ensino construindo mundividências materialistas, segmentadas, e reificadas de uma realidade, supostamente, distante e independente do observador que a estuda. Estas perspetivas, tendo por base as ópticas empiro-positivistas de Comte e Bacon e o racionalismo cartesiano, pressupõem a possibilidade de conhecer, objetivamente, o mundo natural e têm por propósito o seu controlo e domínio. Em oposição a esta forma de olhar, no século XX, pela mão de diversos filósofos da ciência, entre os quais se contam Popper, Kuhn e Feyerabend, surgem epistemologias de índole construtivista que questionam a natureza da indagação e do conhecimento produzido pela ciência. Em resultado da instalação da dúvida de que a ciência seja uma epifania do real, começam ouvir-se vozes que reclamam da empresa científica não o domínio, mas antes a harmonia do mundo humano com o mundo não humano. Emerge uma perspetiva ecocêntrica de ciência onde esta assume o propósito compreender o mundo para (re)construir sociedades que adotem e mimetizem os processos cíclicos da natureza em detrimento dos processos lineares, com baixos rendimentos e produtores de grandes quantidades de resíduos, caraterísticos da antropocêntrica ciência moderna.

2012-06-25

Carta do Rio de Janeiro



Luísa Schmidt, no artigo "As Malhas do Mundo" publicado no jornal Expresso de sábado passado, afirma que:

"Desta cimeira [Rio+20] leva-se, assim, um sentimento duplo: por um lado um pessimismo lúcido, porque os governantes mais uma vez transformaram uma oportunidade num oportunismo e adiaram as urgências para um tempo que já não temos.
[...]
Por outro lado, também se leva daqui um otimismo igualmente lúcido, quando se percebe que o mundo anda a construir-se nos interstícios e, à medida que isso acontece, esses interstícios revelam afinal que afinal há mais mundos dentro do Mundo numa grande rede que vai construindo o seu próprio caminho, que não é 'alternativo' nem apenas reativo, mas real e concretizável. É sobretudo aí que está tudo a ser feito: as ideias novas, a criatividade, a esperança, os projetos inovadores, a solidariedade e sobretudo a inteligência e a alegria. ..."

O nó visível dessa rede de mundos onde a solidariedade, a inteligência e a alegria impera saiu a Carta do Rio de Janeiro, uma carta pela justiça e contra a mercantilização da vida e dos bens comuns. Lê-a e inspira-te.

2012-06-10

Home — O Mundo é a nossa casa

HOME foi feito para ser partilhado e agir pelo planeta!
(original narrado em pt_PT)




HOME é o nome de um filme de 2009 dirigido e narrado por Yann Arthus-Bertrand o famoso fotógrafo de vistas aéreas a quem dediquei a mensagem do dia 7/jun. O filme, à semelhança do restante trabalho do fotógrafo, alerta para a dimensão global dos problemas ambientais e de sustentabilidade e para a necessidade de os enfrentarmos de uma forma séria e eficaz. Trata-se, de facto, de um documentário sobre o sistema Gaia sublinhando as suas interdependências.

2012-06-08

A Teoria de Gaia (parte II)

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A aventura de Gaia contínua. Com o passar do tempo a comunidade científica começa a olhar para esta teoria científica com mais credibilidade. A pressão dos movimentos ecologistas não é isenta de responsabilidades nesta mudança de atitude. Alguns setores mais ortodoxos adotam a designação de Ciência Sistémica da Terra (Earth Systems Science) em detrimento do nome original. No entanto, nos meios verdes mantêm-se a designação original e, em alguns sectores mais espiritualistas, desenvolvem-se conceções panteístas e de revivalismo do culto da Terra característico das sociedades xamânicas.
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Voltando aos aspetos materiais mais reducionistas, diferentes áreas do conhecimento debruçam-se em busca de evidências empíricas da existência do sistema gaiano. As buscas revelam-se frutíferas e algumas conjecturas são colocadas a debate.
Apercebemo-nos que as florestas tropicais — sendo a Amazónia o exemplo mais conhecido  e frequentemente chamada de pulmão da Terra, não nos podemos esquecer das manchas verdes da África Equatorial e do sudeste Asiático — não têm um papel tão importante na reposição do oxigénio e na remoção do dióxido de carbono da atmosfera.

2012-06-02

A teoria de Gaia (parte I)

Blue Marble
Na década de 70 James Lovelock, em colaboração com Lynn Margulis, avançou com uma ideia revolucionára: a hipótese de Gaia que lança um novo olhar sobre a vida na Terra. Esta hipótese surgiu na sequência de um pedido da NASA ao referido cientista, para conceber um método capaz de proceder à detecção remota de vida em Marte. A ideia era conceber um projeto que, eventualmente, envolvesse um dispositivo que pudesse ser transportado até ao planeta ou às suas imediações e aí fosse capaz de capturar informação que permitia inferir acerca da possível existência de vida em Marte. Lovelock, contudo, optou por abordar o problema a partir de outro ângulo. Sem sair da Terra poderia usar a informação sobre a composição química da atmosfera marciana para chegar a tal conclusão. O ar de um planeta sem vida, em virtude de se encontrar há milhões de anos sem grandes alterações deve estar próximo do equilíbrio químico. Na atmosfera de um planeta como a Terra, onde a vida prospera, isso não acontece porque, diariamente, são produzidos e consumidos novos gases capazes de reagirem quimicamente entre si.

2012-05-26

Green Bodhgaya



Por volta do ano 500 a.e.c. Siddharta Gautama chega a uma zona da Índia na margem do rio Falgu junto à cidade de Bodhgaya, situada no atual estado de Bihar, e aí permaneceu em meditação durante 49 dias e 49 noites até que despertou e compreendeu a verdadeira natureza dos fenómenos. A partir desse momento Siddharta passou a ser conhecido por Buddha (Buda) que significa "aquele que despertou".
Hoje, volvidos  2 500 anos,  Bodhgaya volta a ser palco de um novo despertar: o da consciência ecológica. O projeto Green Bodhgaya, cujo desenvolvimento assenta na comunidade budista internacional e está aberto a todas as pessoas de boa vontade que queiram colaborar, tem três objetivos: (1) reflorestar o estado de Bihar até que a floresta cubra 1/3 da sua superfície; (2) promover o desenvolvimento da consciência, das capacidades e do comprometimento das comunidades para tornarem seus os problemas e questões ambientais dando um sério contributo para a sua resolução e (3) promover o despertar uma consciência espiritual que, tal como na tradição dos ensinamentos do Buddha, permita o desenvolvimento de uma atitude de cuidado para com o ambiente, com o irmão humano, com os animais de modo a evitar sofrimento desnecessário e com todo o planeta.

2012-05-22

World Bank and Education: Critiques and Alternatives



Durante mais de três décadas, o Banco Mundial tem vindo a propor políticas globais para a educação. Apresentadas como estando sustentadas na investigação, validadas pela experiência, e amplamente aplicáveis​​; estas políticas são: (1) ideologicamente orientadas; (2) insensíveis aos contextos locais e (3) tratam a educação como algo independente da dinâmica internacional e das economias e culturas nacionais e locais. Para os países-alvo, necessitados de recursos e incapazes de gerar investigações comparáveis, é difícil desafiar as recomendações do Banco Mundial.O livro World Bank and Education: Critiques and Alternatives representa um poderoso desafio às propostas do Banco Mundial. Abordando questões nucleares como as da equidade, qualidade, finanças, privatização, ensino e aprendizagem, género e direitos humanos, põe em evidência as deficiências da globalização neoliberal. Os autores demonstram a natureza ideológica das evidência e justificações avançadas pelo Banco Mundial e os conselhos da política de acompanhamento que lhes estão associadas. Ao abordar as questões-chave da educação nos países em desenvolvimento, as análises dos autores fornecem ferramentas para resistir e rejeitar prescrições políticas genéricas, enquanto que, simultaneamente, sugerem alternativas a considerar.No prefácio ao livro, Robert Arnove afirma: "independentemente de o Banco [Mundial] dar ou não resposta a este livro as críticas e alternativas brilhantes avançadas pelos autores, este livro deverá, certamente, influenciar o desenvolvimento de académicos, políticos e profissionais da educação em todo o mundo".Descarregue o pdf com uma amostra gratuita do livro.

2012-05-16

Emergentismo: o fim do reducionismo?

Em Abril de 2007 Cédric Lémery deu uma conferência em Lisboa sobre o Emergentismo.
Fica aqui o resumo e o Slide Show.

Do espantoso desenvolvimento das diversas pelagens, penas e escamas que revestem os animais à multiplicidade das formas dos flocos de neve, como será possível explicar a diversidade do mundo? De acordo com a perspectiva reducionista, o mundo descreve-se pelo acção de um punhado de leis universais. No entanto, este edifício da realidade esbate-se na dinâmica das partículas elementares. Este visão fascinante do nosso ambiente, que dominou a pesquisa científica nos três últimos séculos, coloca o homem das ciências - que a compreende - no centro do universo dado que ela própria se assume como uma perspectiva universalista.

Contudo, há já algumas décadas que, da comunidade científica, se elevam vozes que contestam esta mundividência. Segundo os defensores do pensamento emergentista, as leis da física emergem a cada nível de organização da matéria: como das pequenas pinceladas de cor numa pintura impressionista emerge a profundidade de um céu crepuscular. Muitos cientistas adoptam, doravante, este paradigma e alguns vêm nele o coração da ciência do século XXI. Será que esta abordagem da realidade anuncia o requiem da perspectiva reducionista?

2012-05-08

Intendência humana do mundo não-humano: Direito, dever ou equívoco.

Artigo de opinião que escrevi recentemente e foi publicado no website do PAN — Partido pelos Animais e pela NaturezaDeixo aqui o texto integral.

O escândalo que envolveu a Casa Real Espanhola nos últimos dias levaram-me a escrever esta pequena reflexão. Pessoalmente, não tenho grandes dúvidas em classificar de grotesco e buçal o comportamento de Juan Carlos I. A legalidade do ato não está causa, o que está em causa é a sua moralidade. É precisamente nesta fronteira que parecem emergir alguns conflitos entre os que defendem o direito individual à vida e os que reclamam que o equilíbrio do ecossistema é um bem maior e que, se necessário, é aceitável o sacrifício de alguns espécimes. No entanto, parece-me que o que de facto está em discussão é a Intendência que, legitimamente ou não, a espécie humana decidiu assumir sobre o mundo natural e que me proponho a discutir a partir de três perspetivas distintas: a intendência enquanto direito; a intendência enquanto dever e o equívoco da presunção de intendência.