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2012-07-25

Financialização da Natureza

Este pequeno vídeo, como a duração de pouco mais de seis minutos, mostra como o mundo da alta finança aproveita a crise financeira para se apropriar de bens essenciais e explora os recursos planetários muito além das suas capacidades, e procura estabelecer um preço para os "Serviços" prestados pelos ecossistemas e, claro, quem sai a ganhar são os acionistas, não são as pessoas nem o mundo natural.
Mais uma denúncia da falácia da Economia Verde.
O vídeo é narrado em inglês e não tem legendas em português. No final do vídeo surge um endereço para o sítio Make Finantion Work, contudo tem um erro porque aparece com a extensão .com  onde deveria aparecer .org. Para aceder ao site deverá digitar www.makefinancework.org na barra de endereços do seu navegador ou simplesmente usar as hiperligações deste artigo.


2012-06-21

Rio+20, o falhanço adivinhado


O falhanço histórico que a Declaração da Cimeiro Rio+20 ameaça ser é mais um incentivo aos movimentos globais para tomarem as rédeas do mundo e darem continuidade aos processos de democratização radical que têm surgido um pouco por todo o planeta.
O texto (provisório) da declaração Rio+20 dá prioridade aos mercados e ao crescimento económico, considera — com o apoio de países como a França que tem incentivado o estabelecimento das ruinosas parcerias público-privadas — a intromissão do setor privado na governação e na cooperação internacional como uma panaceia e uma mais valia e obriga os povos mais pobres do planeta a pagarem a conta. As corporações multinacionais são ilibadas de responsabilidade sobre o desenvolvimento insustentável da economia e não têm de se preocupar com os impactes negativos na sociedade e no ambiente das suas atividades. A violação dos direitos humanos a que milhões de pessoas estão sujeitos e que resulta da ação direta ou indireta destas corporações também não será, formalmente, alvo da sua preocupação. Não existe qualquer referência no texto ao estabelecimento de ligações entre as mudanças climáticas e a agricultura nem são apresentadas quaisquer medidas preventivas sobre este assunto; esquecem-se de mencionar as medidas regulatórias das práticas agrícolas, mas não os incentivos ao investimento privado neste setor.

Este é um (des)acordo suicida, do ponto de vista social, ambiental e dos direitos humanos, que apenas visa a propagação da crematística do capitalismo predatório disfarçado de “Economia Verde”.
Perante isto apenas resta a pergunta: “Estamos à espera de quê?” O processo de deslegitimação, que a comunidade internacional vetou a si própria, apenas deixa uma alternativa a de avançarmos nós, as bases populares – the grassroots, e tomarmos o compromisso de fazer as mudanças necessárias nas nossas mãos. Precisamos estabelecer uma cooperação planetária, desenvolver novos estilos de vida miméticos e respeitadores da natureza, humana e não humana. E podemos fazê-lo, como nunca foi possível, usando a criatividade das nossas mentes, o trabalho dos nossos braços, a empatia do nosso coração e a rede neuronal terráquea que estás a usar para ler este blogue.
Estás à espera de quê?
É a Hora! — disse o poeta.

2012-06-14

Economia Verde versus Economia Solidária (Leonardo Boff)

Com a aproximação da Rio+20 e o tema da Economia Verde em cima da mesa ficam hoje aqui algumas críticas avançadas pelo ativista brasileiro Leonardo Boff.
Boff nasceu no ano de 1938 em Santa Catarina deu aulas em diversas universidades dentro e fora do Brasil, foi professor visitante da Uiversidade de Lisboa e é doutor honoris causa pela Universidade de Turim. Recentemente (2012) publicou o livro "Sustentabilidade: O que é - O que não é", da Editora Vozes.
O texto que segue foi publicado pelo autor, no dia 4 deste mês, no seu blogue.

2012-06-05

Dia Mundial do Ambiente — 5 de Junho

Celebra-se hoje, pela 39.ª vez, o Dia Mundial do Ambiente, cuja cidade anfitriã este ano é o Rio de Janeiro. A temática deste ano é a Economia Verde. Muitas críticas têm sido feitas às boas intenções da economia verde. Na minha perspetiva o principal enviesamento desta ferramenta é a perspetiva antropocêntrica que têm sobre o mundo não humano, olhando os ecossistemas como entidades prestadoras de serviços. Será, porventura, pertinente relembrar a indignação com que Carl Sagan no seu livro Cosmos relata a presunção que uma das mais recentes espécies do planeta, o Homo Sapiens sapiens que apenas surgiu há cerca de 150 milhares de anos, olha o planeta terra como se fosse sua possessão e os ecossistemas como seus funcionários. É inegável que a qualidade dos ecossistemas é fundamental para o bem-estar das populações humanas, criticável é a atitude de arrogância que desenvolvemos para com o planeta que durante 4,5 mil milhões de anos congeminou, na sua mansa lentidão, e permitiu a nossa efémera existência. Bom seria que tomássemos a consciência de que o planeta e os ecossistemas já cá estavam muito antes de nós e que, certamente, permanecerão durante muitos milhões de anos após a nossa extinção como espécie. Bom seria que aprendêssemos a humildade de fazer parte do todo ao invés da boçalidade da sua apropriação.
Seria, contudo, insensato da minha parte jogar o menino fora com a água do banho. A economia verde pode ser uma ferramenta importante no combate às agressões ambientais, à pobreza e dar um importante contributo para o desenvolvimento das sociedades humanas. 
Em baixo poderá consultar o relatório (em inglês) PNUMA — Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente — (UNEP na versão inglesa da sigla), publicado em dezembro de 2011.

Um feliz dia Mundial do Ambiente.