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2012-11-18

Por um turismo mais ético e sustentável, por Pedro Morais

O Pedro Morais é, antes de mais, um amigo, mas também tesoureiro no Conselho Local de Coimbra do PAN e um membro ativo e inteligente que se debate por três causas justas: o bem-estar de pessoas, animais e natureza. Na verdade não são três causas, mas apenas uma, a causa defendida por todos os que veem além das divisões que a nossa mente insiste em construir.
De leitura obrigatória.


2012-11-16

Eis um Homem! T3 Ep.39

DESCRIÇÃO - Paulo Morais, ex-vice-presidente da CM do Porto e vice-presidente da ONG "Transparência e Integridade" diz que o parlamento é o grande centro da corrupção em Portugal e que a corrupção é a verdadeira causa da crise. Entrevista de Luís Gouveia Monteiro.


2012-11-12

Homenagem a Merkel




MARCHA DA TRISTE FIGURA

Mandai já tocar trombetas
E que rufem os tambores
Abram alas à patroa
Dos nossos governadores

Salvé, senhora do Reich
A estadista de eleição,
Chanceler da una Europa
Solidária até mais não!...

Vivestes em ditadura
E numa pobreza atroz
Mas se a culpa não foi nossa,
Porque vos vingais em nós?

Arquitecta da Europa
E do Muro Financeiro
Que divide o rico Norte BIS
Dos países sem dinheiro

Temos p'ra vos ofertar
Arte lusa da melhor
Fina faiança das Caldas
E mocas de Rio Maior

Sois arauto de agiotas
Kaiser da triste figura
Imperatriz duma Europa
Quase a cair de madura

Sois cilício calvinista
Sois comandante ariano
Desta Barca do Inferno
Com rumos de puro engano

Sois cornetim de uma Europa
Em que é cada um por si
As mordomias são caras
Ponde-vos a andar daqui!

Arquitecta da Europa
E do Muro Financeiro
Que divide o rico Norte
Dos países sem dinheiro

Temos p'ra vos ofertar
Arte lusa da melhor
Fina faiança das Caldas
E mocas de Rio Maior


Letra - Paulo Espírito Santo
Música e Arranjos - Ruben Alves
Voz - Noémia Costa
Côro - Ana Vieira, Rute Alves, Paulo E. Santo
Grav. e Mistura - Emanuel Lima
Estúdio - Audio In

2012-10-29

Apelo ao Embaixador do Brasil em Portugal contra o suicidio/etnocidio/extreminio de Índios na Amazónia

Ex.mo Sr. Embaixador do Brasil em Portugal

O Povo Português, envia-lhe esta missiva, com indignação e revolta, pelos acontecimentos na Amazónia. Mais propriamente o suicídio/etnocídio/extermínio dos Índios.
Poder-se-á evocar a Carta dos Direitos Humanos, de 10 de Dezembro de 1948, pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Já que este acontecimento sobrepõe-se a todo o tipo de interesses de carácter meramente economicista, quando não especulativo, impositivo, antinatural e anti cultural...diria até contra o interesse nacional da própria República Federativa do Brasil!
Assim como evocar toda e qualquer importância a nível ambiental e de preservação da Natureza, sabendo que a Amazónia é o pulmão do Planeta Terra, quando não o mais importante.
Tem uma riqueza inqualificável de fauna e flora, protege espécies que a probabilidade de sobrevivência seria mui escassa noutro local.
"Preservar os povos indígenas, é antes de mais contribuir para a continuação não só dum tipo de vivência humana, mas também para que espécies ameaçadas de extinção, assim como a preservação do Meio Ambiente Mundial estarão a salvo, para as gerações futuras.
Não podemos, nem devemos sobrepor o interesse económico que poderá existir com o interesse da Defesa do Meio Ambiente, e do Ser Humano!
Para terminar concluímos que a consciência da Humanidade não pode mais condescender com a violação de qualquer tipo de Direitos Humanos. Ocorra essa violação em que parte do Mudo for, neste caso o Brasil, um país irmão e amigo de Portugal. De resto, condescender neste tipo de violações será condescender na continuação da abertura de caminhos que atentam contra a Humanidade inteira! Falamos de Pessoas, não falamos de números! De resto ainda, sendo a base de apoio do Governo do Brasil, é de estranhar que o mesmo Governo não tenha já aclarado a sua posição junto do poder Judicial, com todo o respeito pela Soberania do Brasil, pela sua Democracia e seu desenvolvimento e pela competência dos três poderes tão distintamente homenageados na capital Federal Brasília!
Assim, o Povo Português pede encarecidamente, a Sua Excelência que faça chegar este nosso apelo, ao qual juntamos as assinaturas necessárias, dum Povo irmão e solidário com a dor e revolta que este suicídio/etnocídio/extermínio, possa provocar a todo o Povo Brasileiro e pensamos que do Mundo inteiro, que visa a sua preocupação para com a Natureza e o Ser Humano, a sua Excelência a Sra Presidente Dilma Rousself.
Sem mais, enviamos cordialmente os nossos estimados e sinceros cumprimentos, aguardando com Esperança e expectativa, a sua preciosa apreciação a este nosso apelo sentido.
Somos o Povo de Portugal, unido em pensamento e em fraternidade, com o Povo irmão Brasileiro.

2012-10-26

O Estado da Nação



Portugal é o único país da Europa a 15, onde trabalhar não liberta da pobreza.

Os deputados são eleitos pelos cidadãos, mas estão ao serviço de quem os financiou.

2012-10-17

A camorra

Um triste retrato de um Portugal governado por corruptos e criminosos. O acontecimento foi no prós e contras e, sem aportar grande novidade, desde o Presidente da República, ao Primeiro-Ministro sem deixar de passar pelo licenciado à pressão Miguel Relvas, não há um que escape. E não... já não me convencem de que isto é o retrato de um povo. Talvez seja de alguns deste povo, mas o povo Português é melhor, muito melhor, que estes canalhas que o tem explorado.



2012-10-15

PANDebate -- Água: bem essencial, bem comum!

No próximo dia 24 de Outubro, pelas 18h30, irá decorrer mais um PANdebate que tem por tema a Água. Nele participarão o Nuno Vitorino da Plataforma Água é de Todos que irá abordar a temática da privatização das águas, Isabel Rosa da EcoAldeia Tamera que nos vai apresentar o projeto 1000 Lagos para o Alentejo e Cristina Rodrigues, doutoranda no Manchester Institute for Research and Innovation in Art & Design, que irá discutir o problema da Desertificação.
O PANDebate tem lugar no Instituto Macrobiótico de Portugal - R. Anchieta, n.º 5 - 1.º esq. (Chiado).
A participação é gratuita, mas é necessária inscrição que pode ser feita pelo email pandebates@pan.com.ptpandebates@pan.com.pt ou através do telefone 213 426 226.



2012-09-10

Do agricultor ao consumidor, que política comum para o setor agrícola e alimentar?


Desde o início do século XXI que a Europa está a atravessar um período de profundas mudanças.

Um dos desafios fundamentais prende-se com a agricultura e as zonas rurais, e  com a relação entre agricultores e consumidores. Este é o domínio da Política Agrícola Comum da União Europeia (ou PAC).


Neste preciso momento, a reforma da PAC está em curso e o Parlamento Europeu, através de um extenso processo democrático, está a preparar a sua resposta definitiva.


Convidamo-lo(a) a tomar parte neste processo de democracia participativa
preenchendo o formulário que se segue.

2012-09-09

Breves reflexões sobre a democracia que temos e a democracia que queremos (Rui d'Espiney)

1. Oito características pelo menos definem a ordem democrática que impera no nosso país:

- é de baixa intensidade. Limita-se a consagrar os mecanismos de representatividade não oferecendo condições à participação dos cidadãos nas decisões e opções dos representantes.
- serve um poder hegemónico e estatizado. Os representantes aparecem divididos entre os que pertence e os que não pertencem ao chamado “arco da governação”, circunscrevendo a sua acção à manipulação ou tentativa de manipulação das alavancas do Estado, sem nenhuma interacção com os que os elegeram. - é estática e conservadora. Fixa como limites à contestação a inquestionabilidade do seu modelo de funcionamento: o direito é abordado à luz dos deveres que implica; o sistema vigente é assumido como uma ordem incontornável e só mutável a partir de si próprio.
- é cada vez menos soberana. Progressivamente vem delegando os poderes que representa e as prorrogativas que possui nos detentores/dominadores da ordem económica e política europeia e mundial.
- é clientelista. A cor politica prevalece sobre a competência na selecção dos decisores colocados em lugares chave do Estado e/ou do sector empresarial influenciado pelo Estado (e recorda-se a título de exemplo, porque recente, a designação do presidente do conselho de administração da RTP conhecido pela sua bajulação ao 1º ministro).
- é promiscua na sua relação com a economia. Assiste-se a uma verdadeira “dança de cadeiras” entre decisores políticos e gestores empresariais.
- é classicista. Por iniciativa da maioria tem-se assistido a um progressivo e continuado atentado aos direitos dos trabalhadores, à protecção dos interesses dos socialmente privilegiados e ao alargar do fosso entre pobres e ricos.
- é monolítica. As regras de funcionamento e evolução do país são impostas pela maioria, sempre a mesma, apoiada na disciplina de voto, na obstrução à audição de governantes pelo Parlamento, no dictat quanto à definição da agenda politica. Como é evidente há diversidade na democracia representativa. Muitos dos representantes eleitos são opositores da tendência para que caminha a democracia hegemónica. O sistema está, no entanto, montado de modo a que não passem de simples vozes que não impedem a afirmação das características dominantes.
 2. A alteração desta matriz democrática é no entanto possível, passando pelo reforço e afirmação da democracia participativa que a Constituição Portuguesa reconhece como um dos dois pilares da democracia plena mas que a prática dominante esvaziou.
Neste sentido impõe-se pugnar por algumas medidas. Sugerem-se, nomeadamente oito que se elencam de seguida, sem a preocupação de as hierarquizar por grau de importância. A saber:

- Induzir os partidos que enformam a democracia representativa a dedicar uma parte do seu tempo ao diálogo (um diálogo instituído) com forças emergentes da democracia participativa, não como uma concessão de quem recebe mas como um direito de quem é recebido. (Do mesmo modo que algumas autarquias reservam um ou mais dias da semana a receber e ouvir os munícipes, os representes dos partidos abririam um tempo na sua agenda para atender os cidadãos colectivos que agem na sociedade).
- Assegurar o financiamento da democracia participativa, pela afectação de verbas às suas formas organizadas, à semelhança do que acontece já em alguns países do norte da Europa. A desigualdade de oportunidades entre a democracia representativa e a democracia participativa está, de facto, bem patente na circunstância de à primeira serem facultadas todas as condições para o seu funcionamento material (vencimentos de representantes e assessores, orçamentação dos parlamento, pagamentos das campanhas eleitorais e de despesas de representação, etc…) ao mesmo tempo que são negadas as condições mínimas de subsistência das formas organizadas da democracia participativa… tratadas, por via de regra e na melhor das hipóteses, como prestadoras de serviços ao Estado e à própria democracia representativa.
- Dar-se corpo a um movimento pró democracia participativa que se afirme interagindo com as várias iniciativas cidadãs esboçadas a nível local, regional e nacional em defesa dos bens públicos, dos direitos sociais e dos desenvolvimento alternativo e tendo presente que está em causa uma crise que é civilizacional e mundial embora se exprima, a mais das vezes, de forma circunscrita.
- Encorajar a desobediência e a indignação. A democracia hegemónica sustenta-se na aceitação ordeira das suas práticas e manifestações, legitimando-se pela sacralização do seu próprio funcionamento. Superar esta ordem implica necessariamente uma prática transgressora.
- Desmontar os discursos dominantes. A democracia hegemónica reproduz-se e valida-se a partir de uma argumentação que naturaliza as suas opções, apoiando-se para o efeito na influência dos média que, de uma forma geral, alimentam esses discursos dando a voz, privilegiadamente, a quem os profere. Não é possível gerar contra corrente sem contrapor ao conhecimento hegemónico explícito um conhecimento alternativo, hoje ainda marginal.
- Animar e privilegiar os processos participativos nos mais diversos domínios (economia, cultura, educação, saúde, etc..) e âmbitos. A democracia plena constrói-se de baixo para cima e do pequeno para o grande, dando centralidade ao periférico e apostando-se no alterativo (no criação de um outro eu) mais ainda do que no próprio alternativo.
- Promover uma cultura da escuta, com o que se quer significar não apenas desocultar o que está oculto, ouvir o que está silenciado ou silencioso mas também interagir com quem se escuta e/ou se não ouve.
3. A democracia representativa é um imperativo, mas sem se reconfigurar, sem uma nova relação com os cidadãos, sem o impulso da democracia participativa tende a tornar-se, inevitavelmente, uma alienação. Assim o mostra o que está a acontecer no nosso país. Só com a democracia participativa, a democracia representativa cumprirá o mandato do pensamento republicano: liberdade igualdade e fraternidade.
Rui d'Espiney

2012-07-26

Reforma eleitoral

No dia 24 deste mês, há dois dias, publiquei aqui um artigo intitulado Defendendo uma maior biodiversidade parlamentar que apelava a que consultassem o sítio da iniciativa de que visa introduzir algumas alterações na Lei Eleitoral de forma a que a Biodiversidades das espécies políticas presentes na Assembleia da República pudesse ser incrementada. Sem querer insistir demasiado neste assunto, optei por deixar hoje o vídeo de divulgação desta petição e as hiperligações para se poderem esclarecer e assiná-la.


Diplomas a alterar

Esta iniciativa implica a alteração da Lei Eleitoral para a Assembleia da República (Lei n.º 14/79, de 16 de maio), nos seguintes artigos:
- Artigo 12.º (Círculos eleitorais)
- Artigo 13.º (Número e distribuição de deputados)
- Artigo 23.º (Apresentação de candidaturas)


§

Proposta Formal de Alteração Legislativa

Artigo 12.º
(Círculos eleitorais)

1. Para efeitos de eleição dos deputados à Assembleia da República, o território nacional, abrangendo Portugal Continental e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, corresponde a um círculo eleitoral, com sede em Lisboa.
2. Revogado
3. Revogado
4. Os eleitores residentes fora do território nacional são agrupados num círculo eleitoral, com sede em Lisboa.


Artigo 13.º
(Número e distribuição de deputados)

1. O número total de deputados é de 181.
2. O número total de deputados eleitos pelo círculo eleitoral do território nacional é de 177.
3. Ao círculo eleitoral dos residentes fora do território nacional correspondem quatro deputados.
4. Revogado
5. Revogado
6. Revogado


Artigo 23.º
(Apresentação de candidaturas)

1. A apresentação de candidaturas cabe aos órgãos competentes dos partidos políticos.
2. A apresentação faz-se até ao 41.º dia anterior à data prevista para as eleições, perante os juízes do juízo cível de Lisboa.
3. Revogado
4. Revogado




2012-07-25

Financialização da Natureza

Este pequeno vídeo, como a duração de pouco mais de seis minutos, mostra como o mundo da alta finança aproveita a crise financeira para se apropriar de bens essenciais e explora os recursos planetários muito além das suas capacidades, e procura estabelecer um preço para os "Serviços" prestados pelos ecossistemas e, claro, quem sai a ganhar são os acionistas, não são as pessoas nem o mundo natural.
Mais uma denúncia da falácia da Economia Verde.
O vídeo é narrado em inglês e não tem legendas em português. No final do vídeo surge um endereço para o sítio Make Finantion Work, contudo tem um erro porque aparece com a extensão .com  onde deveria aparecer .org. Para aceder ao site deverá digitar www.makefinancework.org na barra de endereços do seu navegador ou simplesmente usar as hiperligações deste artigo.


2012-07-24

Defendendo uma maior biodiversidade parlamentar


A questão da perda biodiversidade está na ordem do dia em ecossistemas tão diversos como florestas tropicais, tundra ártica e desertos subtropicais; mas, a pouca biodiversidade parlamentar raramente é um assunto referido. Com efeito, a falta de biodiversidade, no ecossistema Assembleia da República, é um problema tão grave como a perda de biodiversidade biológica e põe em causa o desenvolvimento e crescimento da democracia, centraliza decisões e mantém o poder nas mãos dos grandes partidos. Nas eleições legislativas de 2012, por exemplo, mais de meio milhão de votos perderam-se e não conseguiram qualquer assento na AR; meio milhão de portugueses não tem quaisquer representantes na Assembleia da República. As aberrações continuam: se considerarmos os votos globais dos emigrantes  portugueses verificamos que o PS teve mais votos que o PSD nas mesma eleições; contudo, o PSD conseguiu eleger três deputados e o PS apenas um. Esta situação deve-se à forma enviesada e injusta como os deputados são eleitos; organizada em círculos eleitorais — um por cada distrito, mais dois pelos emigrantes — esta estrutura deixa centenas de milhares de cidadãos sem expressão oficial.
O Partido pelos Animais e pela Natureza lançou hoje uma petição que visa alterar esta situação promovendo uma maior diversidade das espécies políticas que coabitam o ecossistema da Assembleia da República. Como a biodiversidade de um sistema é sinal da sua resiliência, convido todos os leitores a consultarem o website da apoio à petição e a assiná-la. Se quiserem saltar a tarefa de consultar o website, podem assinar a petição aqui.

Créditos
Foto: Sem título, por João Belard (Flickr).

2012-07-19

Verdes Anos: História do ecologismo em Portugal {1947-2011}

O livro é de Luís Humberto Teixeira e, como o nome indica, conta-nos o que se passou com os movimentos ecologistas em Portugal nos últimos 64 anos. O autor começa por nos apresentar dois capítulos que clarificam o que se entende por movimentos verdes e as suas diferentes tonalidades e traça uma síntese da Europa Verde. Daqui parte para a análise da realidade portuguesa, iniciando-a em Agosto de 1947 com a carta que o poeta Sebastião da Gama em "desesperado apelo [dirige] a Miguel Neves, etomologista da Direção Geral dos Serviços Agrícolas, instando-o a salvar uma área natural da Serra da Arrábida que estava a ser destruída para alimentar de madeira um forno de cal" (p. 90).
A carta...
"Socorro! Socorro! Socorro! O José Júlio da Costa começou (e vai já adiantada) a destruição da metade da Mata do Solitário que lhe pertence. Peço-lhe que trate imediatamente. Se for necessário, restaure-se a pena de morte. SOCORRO!" (p. 90).

2012-06-14

Economia Verde versus Economia Solidária (Leonardo Boff)

Com a aproximação da Rio+20 e o tema da Economia Verde em cima da mesa ficam hoje aqui algumas críticas avançadas pelo ativista brasileiro Leonardo Boff.
Boff nasceu no ano de 1938 em Santa Catarina deu aulas em diversas universidades dentro e fora do Brasil, foi professor visitante da Uiversidade de Lisboa e é doutor honoris causa pela Universidade de Turim. Recentemente (2012) publicou o livro "Sustentabilidade: O que é - O que não é", da Editora Vozes.
O texto que segue foi publicado pelo autor, no dia 4 deste mês, no seu blogue.

2012-06-05

Dia Mundial do Ambiente — 5 de Junho

Celebra-se hoje, pela 39.ª vez, o Dia Mundial do Ambiente, cuja cidade anfitriã este ano é o Rio de Janeiro. A temática deste ano é a Economia Verde. Muitas críticas têm sido feitas às boas intenções da economia verde. Na minha perspetiva o principal enviesamento desta ferramenta é a perspetiva antropocêntrica que têm sobre o mundo não humano, olhando os ecossistemas como entidades prestadoras de serviços. Será, porventura, pertinente relembrar a indignação com que Carl Sagan no seu livro Cosmos relata a presunção que uma das mais recentes espécies do planeta, o Homo Sapiens sapiens que apenas surgiu há cerca de 150 milhares de anos, olha o planeta terra como se fosse sua possessão e os ecossistemas como seus funcionários. É inegável que a qualidade dos ecossistemas é fundamental para o bem-estar das populações humanas, criticável é a atitude de arrogância que desenvolvemos para com o planeta que durante 4,5 mil milhões de anos congeminou, na sua mansa lentidão, e permitiu a nossa efémera existência. Bom seria que tomássemos a consciência de que o planeta e os ecossistemas já cá estavam muito antes de nós e que, certamente, permanecerão durante muitos milhões de anos após a nossa extinção como espécie. Bom seria que aprendêssemos a humildade de fazer parte do todo ao invés da boçalidade da sua apropriação.
Seria, contudo, insensato da minha parte jogar o menino fora com a água do banho. A economia verde pode ser uma ferramenta importante no combate às agressões ambientais, à pobreza e dar um importante contributo para o desenvolvimento das sociedades humanas. 
Em baixo poderá consultar o relatório (em inglês) PNUMA — Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente — (UNEP na versão inglesa da sigla), publicado em dezembro de 2011.

Um feliz dia Mundial do Ambiente.